sexta-feira, 4 de março de 2011

Escudo

 “passai pelo meio do arraial... armados.” (Josué 1.11,14.)




Passai! Segui em frente! Não vos senteis

No meio dos exércitos acampados por aí.

O Glorioso Vencedor já abriu o caminho.

Vós podeis tomar toda a armadura,

Levando bem à frente o escudo da fé.

E, dentro um pouco, cantareis:

“Ele me fez passar!”



Depois que um crente dá um passo de fé, quase sempre, ele fica esperando um dia de céu claro e um mar calmo. Entretanto, por vezes, o que encontra é uma tempestade, um temporal. Então fica confuso, espantado. No entanto, quando recebemos algo do Senhor, é exatamente isso que temos que esperar. A maior prova de que estamos com Deus é a oposição do inimigo. E quanto mais real for a benção, mais certeza devemos ter que enfrentaremos a hostilidade do nosso adversário. Portanto há casos em que é bom esperarmos o pior. É que, se acontecer algo de mau, não seremos pegos de surpresa. E se não suceder, se nosso caminhar for plano e sem resistência contrária, tudo será ainda melhor, uma agradável surpresa.

Todavia precisamos entender bem o que é tentação. O crente principalmente a se ver assaltado por certos pensamentos e sentimentos que parecem vir de seu interior. E com certeza irá dizer:

“Ora, eu pensei que estava morto para isso, mas parece que estou vivo!”

Irmão, esse é o mesmo de lembrar que, ao sermos tentados, não pecamos. Essa instigação que nos sobrevém é apenas a voz do Maligno.



Porque será que a batalha agora se torna ainda mais ferrenha,

Que os dados mortais batem em meu peito,

E os mísseis, atirados com força cruel,

Passam zunindo junto à minha cabeça?

Em meio ao fragor da luta,

Ouço a voz do Capitão responder bem claro:

“Teu escudo está baixo”



Porque o inimigo avança,

E nos cerca de todos os lados,

Sendo que nós, o exercito de Deus,

Mal podemos deter sua arrogância?

E, em meio ao alarido dos gritos,

Ouço a Voz do capitão a responder bem claro:

“Porque vossos escudos estão baixos!”



Ah, agora está mais claro, agora enxergo bem:

O inimigo está em fuga.

E eis que o estandarte sangrento da cruz

Tremula no alto, à luz da manhã.

E vendo-o fugir, parece-me ouvir

A voz do Capitão que me diz claramente:

“Não deixem os escudos se abaixarem!”

Se nos enfraquecermos na fé, cometemos um erro fatal. Ela é nosso escudo espiritual que nos protege dos dardos inflamados do inimigo. Se abandonarmos esse escudo, ainda que seja por um momento, certamente sofreremos severas derrotas. A razão por que nos afastamos de Deus é sempre a incredulidade.



Mananciais no deserto

Sal e luz

Efésios 4.32 “Compassivos”

É mais fácil convencer um ser humano de que ele é pecador do que persuadi-lo de que possuí um coração naturalmente incompassivo, destituído de toda compaixão celestial e divina. No entanto é a um espírito manso e compassivo que Deus comunica toda a essência do Evangelho. Mesmo entre pessoas extremamente religiosas é muito raro encontrarmos quem revele um amplo e constante espírito de compaixão.
E esta compaixão do espírito não é igual àquela que é própria da mente e das atitudes, que obtemos pela educação e formação social (embora estas sejam muito importantes nessa vida).
Não. É resultado de uma operação sobrenatural de Deus em todo nosso espírito. É uma fonte maravilhosamente profunda, proveniente da própria mansidão de Deus. E essa fonte se abre no interior de nosso espírito de tal forma que inunda totalmente nossa alma, transborda pelo meio de todas as nossas faculdades mentais e, com sua doçura, permeia nossas palavras, nosso modo de agir, nossas expressões, nosso tom de voz. Assim ela amadurece nossa vontade, suaviza nossa capacidade de julgamento, abranda nossas afeições, refina nossas atitudes, moldando todo nosso ser de acordo com a imagem daquele que foi infinitamente manso e humilde de coração.
A compaixão do espírito é algo que não podemos tomar emprestado de outrem, nem armazenar para usarmos apenas em ocasiões especiais. Ela é, definitivamente, um fator sobrenatural que deve fluir de forma contínua, brotando das fontes da vida.
Esta profunda compaixão de espírito constitui o cerne e a medula da vida de Cristo. A compaixão esta para a religião assim como a força da gravidade está para o nosso
Planeta; a beleza, para o arco íris; o perfume, para a rosa; a medula, para osso; o ritmo, para a poesia; a pulsação, para o coração; a harmonia, para a música; e o calor, para o corpo humano. Ela é tudo isso e muito mais. Uma pessoa pode ser muito religiosa, muito fiel e firme no cumprimento dos deveres cristãos. Ela pode até ter uma vida santa, pregar e defender ardorosamente a doutrina da santidade. Pode ser matematicamente ortodoxa e ter uma vida irrepreensível, zelosa de boas obras. E mesmo assim não ter a compaixão de espírito, esse amor que tudo sujeita e tudo abranda, que é o cerne e a essência do céu, e que Jesus manifestava incessantemente na voz e no olhar.

Eu gostaria de poder ser
Aquele que faz “curativo”
Em almas.
Aquele que vai até o coração dorido,
A mente em tormento,
E lhes dá alívio,
Assim como a noite traz refrigério
A um corpo cansado,
Quando ela joga o manto do sono
Sobre o mundo.
E como as estrelas frias e brilhantes,
Assim eu poderia estar em minha esfera,
Mas com um sorriso cálido
No rosto,
E, nos olhos,
Uma imagem da Alma divinal.


Mananciais no deserto