sexta-feira, 4 de março de 2011

Sal e luz

Efésios 4.32 “Compassivos”

É mais fácil convencer um ser humano de que ele é pecador do que persuadi-lo de que possuí um coração naturalmente incompassivo, destituído de toda compaixão celestial e divina. No entanto é a um espírito manso e compassivo que Deus comunica toda a essência do Evangelho. Mesmo entre pessoas extremamente religiosas é muito raro encontrarmos quem revele um amplo e constante espírito de compaixão.
E esta compaixão do espírito não é igual àquela que é própria da mente e das atitudes, que obtemos pela educação e formação social (embora estas sejam muito importantes nessa vida).
Não. É resultado de uma operação sobrenatural de Deus em todo nosso espírito. É uma fonte maravilhosamente profunda, proveniente da própria mansidão de Deus. E essa fonte se abre no interior de nosso espírito de tal forma que inunda totalmente nossa alma, transborda pelo meio de todas as nossas faculdades mentais e, com sua doçura, permeia nossas palavras, nosso modo de agir, nossas expressões, nosso tom de voz. Assim ela amadurece nossa vontade, suaviza nossa capacidade de julgamento, abranda nossas afeições, refina nossas atitudes, moldando todo nosso ser de acordo com a imagem daquele que foi infinitamente manso e humilde de coração.
A compaixão do espírito é algo que não podemos tomar emprestado de outrem, nem armazenar para usarmos apenas em ocasiões especiais. Ela é, definitivamente, um fator sobrenatural que deve fluir de forma contínua, brotando das fontes da vida.
Esta profunda compaixão de espírito constitui o cerne e a medula da vida de Cristo. A compaixão esta para a religião assim como a força da gravidade está para o nosso
Planeta; a beleza, para o arco íris; o perfume, para a rosa; a medula, para osso; o ritmo, para a poesia; a pulsação, para o coração; a harmonia, para a música; e o calor, para o corpo humano. Ela é tudo isso e muito mais. Uma pessoa pode ser muito religiosa, muito fiel e firme no cumprimento dos deveres cristãos. Ela pode até ter uma vida santa, pregar e defender ardorosamente a doutrina da santidade. Pode ser matematicamente ortodoxa e ter uma vida irrepreensível, zelosa de boas obras. E mesmo assim não ter a compaixão de espírito, esse amor que tudo sujeita e tudo abranda, que é o cerne e a essência do céu, e que Jesus manifestava incessantemente na voz e no olhar.

Eu gostaria de poder ser
Aquele que faz “curativo”
Em almas.
Aquele que vai até o coração dorido,
A mente em tormento,
E lhes dá alívio,
Assim como a noite traz refrigério
A um corpo cansado,
Quando ela joga o manto do sono
Sobre o mundo.
E como as estrelas frias e brilhantes,
Assim eu poderia estar em minha esfera,
Mas com um sorriso cálido
No rosto,
E, nos olhos,
Uma imagem da Alma divinal.


Mananciais no deserto

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